A Síndrome de Burnout (incluindo os sintomas como exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal) ocorre em profissionais de saúde, como resultados de atendimento de pacientes mais pobres e com respostas negativas ao tratamento oferecido. Um estudo americano publicado em 2010 indicou que não só os médicos têm maior risco de Burnout entre várias as profissões, mas também que os médicos em especialidades de linha de frente, como medicina interna, medicina familiar e medicina de emergência, eram mais propensos ao desgaste do que outros médicos (Shanafelt, 2012). Sabe-se que os enfermeiros também são vulneráveis ao Burnout e uma revisão de 17 estudos realizados entre 1989-2014 revelou que, entre os enfermeiros, os enfermeiros de emergência são os mais propensos a sofrer o Burnout (Adriaenssens, 2015).
A grande preocupação é a taxa de suicídio em médicos dos EUA, que é conhecido por ser maior do que na população em geral. Uma análise de 25 estudos feita em 2004, revelou que os médicos do sexo masculino cometem suicídio a uma taxa 41% superior à da população geral. De forma alarmante, este mesmo estudo mostra que as mulheres tiram suas próprias vidas a uma taxa superior a duas vezes (2,27 vezes) do público em geral (Schernhammer, 2004).
Além disso, os médicos estão em risco de transtornos de uso de substâncias. Um estudo recente mostrou que 12,9% dos médicos do sexo masculino e 21,4% das mulheres do sexo feminino preencheram critérios diagnósticos para abuso ou dependência de álcool. Não foi de surpreender que o abuso de álcool ou dependência fosse fortemente associado ao esgotamento, depressão, ideação suicida e erros médicos (Oreskovich, 2015).
Nos últimos anos, dada uma maior atenção ao desgaste do clínico e aos resultados negativos associados, um movimento em direção ao apoio a programas e iniciativas de bem-estar ganhou força em entidades como a American Academy of Pediatrics Special Interest Group on Physician Health.
Além do apoio psicológico necessário, é muito importante que o profissional de saúde que lida com essa situação de stress no seu dia a dia tenha um olhar mais carinhoso consigo mesmo. É um profissional que precisa cuidar do seu ritmo de vida, que precisa de boas escolhas em termos de medicina preventiva: alimentação, atividade física, sono reparador, controle de stress. É um profissional que se beneficiaria em aprender técnicas de mind-body (relaxamento, meditação, exercícios de respiração, relaxamento muscular progressivo, biofeedback, Yoga) tanto para o seu sem estar físico e mental com o dos seu pacientes.