Confesso, sem nenhum orgulho, que nos meus primeiros 10 anos como médica foram sem férias, sem folga, sem finais de semana.
Nada. Nenhum.
Eu inclusive era aquela que se oferecia para trabalhar nos feriados e aquela que sempre estava disposta a cobrir mais alguns dias de folga de colegas mais experientes – eles já sabiam dar uma pausa é muito importante.
Nos últimos 10 anos (já são 20 desde a formatura), aprendi aos poucos e no inicio com algum sobressalto (e se alguma coisa acontecer na minha ausência?!?) que tirar um tempo para descansar, para reconectar, para pensar, para reorganizar as ideias é fundamental para a saúde física e mental.
Nos últimos 2 anos, as férias estavam ligadas a períodos de estudo nos EUA (Tucson, Boston, Dallas), então não eram férias de ócio, eram só férias do trabalho – mas já estavam valendo.
E olha só como é férias são importantes: Um estudo realizado na Finlândia durante quase 40 anos demonstrou que indivíduos que tiram menos férias tem risco maior de mortalidade e expectativa de vida.
Esse risco mais elevado se mostrou igual entre os participantes que tinham atividade física regular e dieta balanceada – o que demonstrou que “se desconectar” da vida estressante do cotidiano tem impacto na longevidade maior que se supunha.
O estudo acompanhou mais de 1.200 homens desde 1975, avaliando diversos aspectos de estilo de vida e seus impactos na saúde. Indivíduos com menos períodos de férias por ano normalmente trabalham mais e dormem menos quando comparados aos que tiram mais de três semanas por ano de férias.
O estudo faz parte de um estudo de COORTE realizado na Finlândia chamado Helsinki Businessmen Study (HBS).
Referência:
Cohort Profile: The Helsinki Businessmen Study (HBS)
International Journal of Epidemiology, 2018
E você, desde quando está sem férias completas?
Uns dias, uma semana para esfriar a cabeça, reconectar com você mesmo, com as pessoas ao seu redor e com o mundo!