Gente, todo mundo que realmente me conhece, sabe que eu sou Low Carber desde 2010 (-30 kg uhuuu não espalha). Adepta ao Jejum Intermitente (J.I.) desde 2011. Mas se tem uma coisa que sempre deixo muito clara para todos os amigos, colegas e principalmente pacientes: não é uma panacéia que vai resolver todos os seus problemas na vida.
Eu, Daniela, consigo ficar em jejum, de boas, por 3 dias. Café com manteiga (que não quebra o jejum metabólico) e muita água e estou resolvida. Essa normalmente é a melhor resposta quando alguém vem com a pergunta “Mas em viagens internacionais? Duas, 18 horas sem comer?“ e eu “Sim, 48 horas sem comer”. O/A comissário(a) de bordo, em viagens internacionais, está acostumado(a), Low Carb, Jejum, Café com Manteiga – nada disso é surpresa para eles. Normalmente eu só ouço como réplica ”Quanta manteiga?”
O jejum intermitente é uma estratégia dietética que se tornou muito popular, principalmente pela facilidade maior de adesão a médio e longo prazo em comparação com dietas hipocalóricas. Além da maior facilidade de adesão, o jejum intermitente também demonstrou melhora de vários marcadores bioquímicos – mas qual o seu efeito na secreção de hormônio de crescimento?
É sabido há bastante tempo que a hipoglicemia é um dos maiores fatores que estimulam a secreção de GH – mas quanto efetivamente a estratégia de jejum intermitente aumenta a secreção de hormônio de crescimento?
Estudos com jejum intermitente em humanos sugerem uma perda de peso média de 3,9Kg em 10 semanas (indivíduos com sobrepeso) – e há diversos regimes de jejum, sendo o mais convencional o que alterna dias com restrição calórica (jejum de 16 horas por exemplo) com dias de dieta regular. Um estudo em particular verificou os níveis de hormônio de crescimento em indivíduos durante o jejum intermitente e verificaram um incremento de quase 80% na secreção do GH logo no primeiro dia – nos dias subsequentes (o estudo avaliou um follow up de 5 dias seguidos com jejum intermitente de 8/16hs) ainda houve elevação, mas infinitamente menor que o do primeiro dia.
Estudos que compararam o jejum intermitente e dietas hipocalóricas em relação a perda de peso são bem conclusivos: ambas as estratégias fornecem resultados similares de perda de peso em períodos relativamente curtos (3 a 6 meses) – a vantagem do jejum intermitente aparece em prazos maiores, onde os optantes por essa estratégia conseguem melhor adesão.
Agora olhando pela ótica de pulsatilidade do hormônio de crescimento e principalmente pelo maior efeito do GH em adultos (há inúmeros estudos demonstrando seu efeito lipolítico, ou seja, de “queima” de gordura) a estratégia do J.I. pode ser bem interessante.
Quer saber se o jejum intermitente pode ser uma boa opção para você? Consulte seu médico sobre essa opção, vantagens, desvantagens e se há alguma contra-indicação específica para você. Não é para todos, precisa ser bem avaliado e bem indicado. Mas se for pra você, é uma baita carta na manga.
Consulte seu médico e faça uma avaliação.