Um dos grandes pilares em Medicina Funcional é o sono e poucas coisas bagunçam tanto com uma noite bem dormida quanto a luz branca dos fundos de tela. E ficar longe das telas de um celular, tablet ou computador não é tarefa fácil hoje em dia.
A vida moderna tem seus encantos e seus muito benefícios. Eu mesma sou uma fã de qualquer aplicativo que simplifique minha vida. Mas os excessos, como sempre, transformam coisas boas em problemas. Se para um adulto, que tem capacidade de se informar e tomar decisões baseadas na lógica e na ciência, já é uma tarefa difícil, imagine para uma criança ou adolescente.
Resultados preliminares de um estudo conduzido pelo National Institute of Health nos EUA trazem resultados impactantes sobre o tempo de exposição à tela dos computadores e celulares ao cérebro de crianças e adolescentes.
O estudo, chamado ABCD Study (Adolescent Brain Cognitive Development), está sendo conduzido há mais de dez anos, com mais de 11.000 pessoas, em 21 cidades americanas, a um custo de mais de 300 milhões de dólares e inclui até o momento mais de 4.000 exames de imagens cerebrais dos participantes.
Alguns dos dados preliminares do estudo:
- A exposição constante a telas de computador e celular leva a atrofia do córtex cerebral, com redução da receptividade de informações dos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar);
- Há uma aceleração do processo de envelhecimento cerebral;
- Há dados preliminares de que o uso de redes sociais traga aumento da liberação de dopamina, um neurotransmissor relacionado ao sistema de recompensa e a comportamentos relacionados ao vício;
- Houve associação direta entre tempo de exposição e pior desempenho em testes de linguagem e matemática;
- As habilidades desenvolvidas em jogos de computador, ao contrário do que se pensava, não são traduzidas em aumento de habilidades na vida real. Um exemplo são crianças que aprenderam a usar jogos de empilhar blocos em 2D não conseguiam transferir essas habilidades a jogos em 3D;
Uma criança, como sempre, é conduzida pelo exemplo.
Logo, vamos tentar limitar o nosso tempo de tela, dar exemplos com práticas de exercícios físicos ao ar livre, sair com amigos, conversar, olhar nos olhos e nos conectar – de verdade.